31 de outubro de 2008

Se eu quiser falar com Deus


Abertura Show Banda Larga Cordel - Citibank Hall - 31/10
Ouvir Gil nunca é demais. Acabamos de chegar do seu último show, Gilberto Gil - Banda Larga Cordel. Com direito a bis, teve duração de 1h30. O público ainda foi incentivado a fotografar ou filmar para depois postar as imagens no site www.bandalargacordel.com.br. No repertório, músicas do disco que leva o mesmo nome do projeto, e outras mais que consagradas, que fizeram a platéia levantar das cadeiras (inclusive euzinha!): Vamos fugir, Woman no cry, Palco, Realce... Como homenagem, reproduzo aqui uma de suas letras mais lindas.


Reprodução Fantástico - 1981 - Se eu quiser falar com Deus.

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós

Tenho que apagar a luz

Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz

Tenho que folgar os nós

Dos sapatos, da gravata

Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data

Tenho que perder a conta

Tenho que ter mãos vazias

Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

Gilberto Gil

28 de outubro de 2008

Doces: Bem-Casados & Macarrons

Aproveitando a semana culinária, convidei minha irmã para fazer comigo mais 2 cursos rápidos no último sábado. Pela manhã, aprendemos a técnicas artesanais de fazer um bem casado no Atelier da Flávia Millás. Depois do almoço, seguimos para o atelier da doceira Cecilia de la Fuente para aprender os segredos da preparação dos lindos Macarrons.

Bem Casados
Tarde: de 8h às 12h (teoricamente, pois nos perdemos e chegamos perto das 9h)

Minha irmã, Maria, colocando a massa do bem casado na assadeira.

Pão-de-ló:
sempre há um parzinho perfeito.

Depois de recheado, o bem casado da Flávia é glaceado.


Bem casados sequinhos, prontos para embalar.
São 12 horas até a calda secar completamente.


Regras e muita concentração até na hora da embalagem.


Maria, chef Flávia Millás e eu, após recebermos nosso Certificado.

Macarrons

Tarde: de 14h às 18h

Última mexida na massa do macarron (com corante rosa),
antes de dispor nas assadeiras.


Diferentemente do bem casado, a massa do macarron
é manipulada com saco e bico de confeiteiro. Na foto, Cecília de la Fuente.



Macarrons assadinhos.

Recheando os Macarrons com Ganache de Limão Siciliano.


Flávia Millás
Cursos de bem casados e bolos decorados.
tel: 11 4169-5532
Cecilia de la Fuente
Docinhos para eventos e cursos.
tel: 11 4612-4830

27 de outubro de 2008

Aprendiz de Cozinheiro: Aula 5

O curso do Senac foi tão gostoso (literalmente!) que a semana voou...quando percebi, já era sexta-feira, dia de adoçar a vida com única aula dedicada à confeitaria.

Torta de frutas: com ganache de chocolate, creme de confeiteiro
e gelatina de brilho (as frutas deviam ter sido mais fininhas).

O creme de Confeiteiro foi a primeira coisa a ser feita já que precisava estar frio quando fossemos utilizar. Este creme geralmente serve de recheio para tortas, sonhos, bombas. Quando deixar esfriar, colocamos um filme plástico encostado em toda superfície do creme para não formar uma casquinha em cima.

Depois seguimos para a Genoise, que, na verdade, é uma massa de bolo simples. Coisas importantes que aprendemos:
- Sempre peneirar as gemas para eliminar a membrana que dá cheiro;
- Peneirar os ingredientes secos;
- Usar a manteiga derretida um pouquinho quente ajuda a massa a render mais e a incorporar melhor todos os ingredientes;
- Nunca misturar a farinha de trigo na batedeira. Adicionar à massas de uma só vez, envolvendo-a e misturando delicadamente com movimentos de baixo para cima. (Não dá para mexer demais para não muchar o bolo);
- O bolo deve assar por mais ou menos 30 minutos em forno pré-aquecido a 180ºC. Não há problema em abrir rapidamente a porta do forno, depois dos primeiros 10 minutos.

A base para massa de torta é super simples. Primeiro fazemos uma farofinha misturando a farinha a pedacinhos de manteiga gelada. Depois acrescentamos os ovos levemente batidos com
fouet, e misturamos até formar uma massa mais consistente. Quanto menor o contato com o calor da mão, melhor, assim não deixarmos a massa elástica.

Antes de ir ao forno fure, a massa com o garfo, permitindo que ela asse por inteiro e não crie "bolhas". Esta massinha também serve para fazer
petit four. Fica uma delícia banhá-la com chocolate. A massa serviu para tortinhas de limão e uma torta de frutas.

Tortinha de limão - cada um fez a sua. Esta é a minha.
Até usar o saco de confeiteiro com bico pitanga, usamos.


Por último, fizemos o Merengue suíço, popularmente chamado de marshmellow.

Felizmente tínhamos guardado os escalopinhos cortados no dia anterior e o chateaubriand para grelharmos hoje. De outra maneira, nosso almoço seria apenas a sobremesa.

23 de outubro de 2008

Aprendiz de Cozinheiro: Aula 4

Como legítima apreciadora de carne vermelha, posso dizer que o quarto dia foi um dos mais gostosos de fazer e comer. Hoje aprendemos a limpar uma peça inteira de filet, os cortes mais tradicionais de carne e algumas de suas preparações mais usuais: o estrogonofe e ao molho madeira. Com certeza a limpeza deste tipo de carne é muito mais simples do que a dos dias anteriores e o cheiro bem mais agradável.

Novamente minha dupla foi o Thiago e nossa tarefa era preparar o molho espanhol (uma espécie de base para vários outros molhos, como o Rôti) e o molho madeira.


Os pratos do dia foram: Estrogonofe de filé com champignons, Medalhões ao molho madeira, Salada de cenoura com vinagrete, Peixe recheado com ricota (usamos a tainha tratada no dia anterior), Batata Palha e Arroz. Meu prato na foto acima está uma mélange total.

Aprendiz de Cozinheiro: Aula 3

Antes o cheiro de peixe a desossar um novo frango.
Quarta foi dia de conhecer e limpar peixes. A Chef demonstrou as técnicas com a Pescada, Tainha, Linguado (peixe achatado) e Salmão. Nós, só tivemos que limpar uma Pescada e tirar seus filés.

Para limpar o peixe, o primeiro passo foi tirar sua cabeça, junto com suas barbatanas que ficam logo abaixo do lugar das guelras. É necessário sempre cuidado para não desperdiçar nenhuma carne boa. Pode-se tirar os filés de 2 maneiras: cortando o peixe por cima bem rente à espinha ou cortando na direção da "cabeça" até o rabo. A espinha sobra inteirinha. Dos filés, limpamos seus cantos, eliminando as partes com espinha e retiramos uma membrana que, às vezes, sobra da barrigada. Depois ainda aprendemos a tirar a pele do filé: com a ponta da faca separa-se a carne de uma pontinha de pele. Enquanto uma mão segura a pele fazendo o movimento de zigzag, a outra segura a faca deitada. Os filés ficaram iguais aos do supermercado, só que bem mais fresquinhos. Antes de usá-los na preparação, passamos uma água e temperamos com sal e pimenta do reino. Nada de limão!!!

Usamos a carcaça de 2 peixes (os brancos) para fazer o fundo com os outros mesmos ingredientes do fundo de frango: água, mirepoix, sachet d'épices e bouquet garnit. Colocamos a panela em fogo baixo e em 30 minutos já estava pronto, pois o peixe libera rápido o seu "gosto". Mas se quiséssemos, podíamos deixar no fogo por 1 hora para apurar ainda mais.

A turma foi dividida e cada dupla ficou com um prato diferente. Eu e o Thiago ficamos com os legumes salteados e o salmão (que seria grelhado na chapa). Separamos brocolis, couve flor e pimentão, que higienizamos com uma solução ácida dissolvida em água por 5 minutos (o produto é encontrado em qualquer supermercado). Escorremos os legumes e passamos mais uma vez na água, antes de partir para o processo de branqueamento.
O que é e para que serve isso? O branqueamento consiste no aquecimento de vegetais na água seguido de um choque térmico com água gelada a fim deparar o processo de cozimento. Ele permite a manutenção da cor do legume e a sua conservação alimento por mais tempo. Uma dica: antes do brócolis começar a ficar amarelo na geladeira, faça o branqueamento, assim ele fica pré-cozido e mantém seu verdinho para qualquer preparação ou pode ser simplesmente congelado.
Para saltear os legumes já "branqueados", usamos um pouco de manteiga clarificada* derretida e alho em fogo médio. Pouco mais de 5 minutinhos depois estavam prontos. Nossa última tarefa como dupla foi assar o salmão na grelha, apenas tempeardo com sal e pimenta. A gente sabe que está na hora de virar a posta quando a carne começa a ficar branquinha. Para os que gostam uma boa pedida é deixar seu interior um pouquinho cru.

Os pratos de hoje foram: Frango recheado com farofa, Iscas de peixe à milanesa, Peixe empanado, Papillete de Peixe com espinafre, Salmão na chapa com molho de estragão, e legumes salteados (foto do bandejão).

Para comprar Peixes:
- Terça e Sexta são os dias em que os peixes estão mais frescos no mercado (em São Paulo!);
- Mais indicado em peixarias, Ceagesp e Mercadão. Evitar feiras e supermercados que deixam o peixe fora de uma câmara refrigerada, com só um de seus lados encostado no gelo;
- Facilite a vida, peça sem escamas, sem a barrigada (os orgãos) e sem as guelras;
- O peixe fresco tem os olhos brilhantes, a carne firme e clara (lembrando que alguns peixes tem a carne mais escura como característica própria).

Filé de Frango: muito além do regime.

Não sou fã de frango. E há tempos só como o bicho quando está bem camuflado na comida (desfiado e etc.) ou o do Galeto's, que tenho minhas dúvidas se realmente se trata de frango (??), vai saber...Em relação ao filé de frango, roubarei uma frase de uma amiga que sempre diz:
"É comida de dieta, por isso parece isopor: leve e sem gosto."
Mas, durante este curso, preconceitos são quebrados. Nossa Chef Dery mostrou que um filé de frango pode ser leve, mas muito mais gostoso do que comida de regime.

E o segredo para o tal filé de frango suculento, na verdade, são dois:
Depois de selar a carne, deixar a panela/frigideira sempre tampada para que o frango cozinhe no vapor conservando seu suco.

Manter a panela úmida. Isto é, à medida que o caldo do próprio frango seca, é necessário regá-lo com algum outro líquido. A recomendação é usar um fundo (legumes ou frango), mas na falta deste, dá para regar com água mesmo.

Facinho, não? Agora é só preparar.

Aprendiz de cozinheiro: Aula 2

Cheguei pontualmente para o segundo dia de aula. Sua primeira parte foi dedicada a aprender o restante dos cortes tradicionais de legumes. Cada um pegou uma cenoura e retirou a "cabeça" do talo. Como a cenoura rola na tábua, para facilitar o manuseio, cortamos um pedacinho fininho (sem desperdício) de suas laterais, criando 4 pontos de apoio. O primeiro corte foi o julienne que deixa o legume na forma de palitinhos beeem fininhos. Muito usado em saladas e acompanhamentos. Depois fizemos os batonetes: a cenoura fica em palitos de mais ou menos 1 cm com os lados bem similares. Como este corte não seria usado para nenhuma preparação, deixamos alguns batonetes mais finos e depois cortamos a cenoura em cubinhos bem pequininhos que são chamado de brunoise. Tudo muito simples até aí...

Foi quando descobri que a segunda parte da aula eu não sonhava acontecer nem em meus piores pesadelos. Era hora de aprender a desossar um frango!!! Socorro! Enquanto via a Chef manuseando aquele bicho inteiro cru, eu, ao lado, concentrava-me e respirava fundo, imaginando que aquilo não era nada mais do que um ser qualquer. Não podia, de maneira alguma, materializar a imagem de uma galinha cheia de penas na minha cabeça para não acontecer o pior.

Meu frango veio premiado. Antes de começar a operação de desossar, tive que tirar de dentro dele os miúdos, a cabeça e até os pés!! ($@*^%**&&). Mas a tarefa foi mais simples do que pensava, só é necessário um pouco de paciência e abstrair o cheiro e o grude nas mãos.

Para começar a desossar, coloque o franguinho de "bruços", com o peito virado para baixo. Elimine as asas, deixando só o seu cotoquinho que as liga ao corpo da ave. Faça 2 cortes longitudinais com a ponta da faca da lateral do pescoço até o sobrecu. Os primeiros ossos a sair são da carçaca (que serve para fazer um fundo de galinha). Para facilitar devemos sempre cortar o frango nas juntas, que são molinhas e bem branquinhas, nunca pelo osso. Limpe um pouquinho a gordura e os ossinhos que restaram no peito. Depois é a vez das coxinhas: faça um corte em cima do osso e vá raspando a carne com a ponta da faca com bastante cuidado para ela não se despedaçar. Por último, tire o osso de cada asinha, seguindo o mesmo procedimento das coxas. Com o frango todo limpinho é só separar peças do jeito que quiser. Caso o prato seja um frango recheado é necessário deixar sua pele para ajudar a enrolar com o recheio. Senão, podemos tirar a pele e fazer os filezinhos do peito, que devem ter mais ou menos 1 cm de altura cada um. De um frango pequeno, conseguimos tirar até uns 4 filés. Antes de cozinhar ou temperar passe uma água nas carnes.

Parte 3: Fundos.
Os fundos são o líquido base para qualquer molho e preparação que peça "água". Eles equivalem aos famosos caldinhos de galinha, carne, legumes que encontramos em cubinhos ou em pó no supermercado, mas são uma versão muito mais saborosa e saudável.
Para fazer o fundo usamos uns 2 a 3 litros de água, os ossos do frango (geralmente do peito ou carcaça), mirepoix (2 partes de cebola para 1 de cenoura e 1 de salsão), 1 sachet d'épices e 1 bouquet garni.


Colocam-se os ingredientes numa panela em fogo baixo e deixa ferver por pelo menos uma hora. Depois de um tempinho vai subir uma espuminha, que retiramos com a escumadeira, pois são as impurezas do fundo. O sachet e o bouquet só precisam ficar uns 20 minutos imersos, depois é melhor tirar para as especiarias não começarem a amargar. Até por isso é que amarramos com um o buquet e o sachet com um cordão comprido, que pode ser agarrado ao cabo da panela.

Usamos o fundo para preparar um veloté (molho feito de roux + fundo de carne, de legumes, de frango, qualquer um). Ainda podemos mais sabor ao molho com mostarda e outras especiarias. Nós colocamos alecrim no molhinho e usamos com os filés de frango que faríamos em seguida.

Os pratos de hoje foram: Espagueti quatro queijos, Espagueti molho de tomate (do dia anterior, ficou bem mais apurado e gostoso!), Filé de frango com molho de mostarda e Asinhas de frango ao curry.

20 de outubro de 2008

Aprendiz de Cozinheiro: Aula 1


Não sou o Garfield, mas Segundas não são para mim. Mesmo sabendo que meu curso de culinária começava às 9h da manhã, não consegui levantar da cama. Cheguei na aula pouco antes das 10h, com a cabeça entre as pernas, e felizmente a professora Chef acabou aceitando meu atraso.
Primeira lição: Cortes.
Aprendemos a descascar e picar dentes de alho, picar cebola, salsinha e salsão. O primeiro passo deve ser sempre checar o fio da faca, se não estiver afiada o trabalho será em dobro, por isso não hesite em afiá-la.
Cortamos as pontas do alho e batemos em cima dele com para as cascas sairem com maior facilidade. Depois é só cortar dente por dente deixando a ponta da faca apoiada na tábua enquanto deslizamos o resto do seu "corpo" para cortar o alimento bem pequenininho. Dá para picar uma cabeça de uma vez só e armazenar por uma semana na geladeira sem problemas, só precisamos misturar acrescentar um pouco de sal e azeite ao alho.
Já para picar a salsinha, a prerrogativa é deixá-la bem sequinha. Juntamos os galhinhos como se fossem um buquet e eliminamos a parte do talo (ele tem gosto e pode ser usado nos fundos/ caldos). À medida que picamos as folhinhas, vamos girando o buquêzinho para que ele não se desfaça. Para guardar esta erva ela não pode estar muito molhada, senão logo estraga, por isso, às vezes temos que dar uma espremidinha no que foi picado com "perfex" colocar na geladeira ou congelar.

Descobri que a cebola nunca pode ser batida no processador, ao menos que esteja descrito na receita. O certo é picar com a faca, mesmo que lágrimas sejam derramadas. Não poupei as minhas com meu cebolão. Tiramos a casca, dividimos ao meio e fazemos cortes longitudinais que deixando um dedinho intacto para termos mais facilidade e segurar. Depois é só cortar na outra direção nunca esquecendo do movimento da faca.

O salsão, para mim era quase um mistério. Mas não é que o bichinho tem um cheiro bom e dá muito sabor à comida? Ao contrário da salsinha, geralmente é seu talo que é utilizado na cozinha - suas folhinhas só são usadas quando estão bem novinhas (na cor verde bem clarinha). A técnica de corte é a mesma da cebola, primeiro cortes longitudinais, depois no sentido da largura. Caso o salsão seja utilizado cru, como em saladas, antes de cortar é necessário "raspar" sua fibra/ casca.

Ainda aprendemos a "fazer" o tomate concassé, que significa sem casca e sem sementes. Este aí eu já conhecia de tanto fazer molho de tomate em casa. Tiramos o "olhinho" do tomate e fazemos uma espécie de X em uma de suas pontas. A maneira mais fácil de eliminar a casca é jogar o tomate na água fervente e retirá-lo assim que começar a enrrugar, colocando numa água gelada para parar o cozimento. A pele sai facinho, facinho. Para eliminar as sementes é melhor fazer com mão mesmo, cortando o tomate ao meio. Guarde este caldinho com as sementes, e depois coe o seu suco para evitar desperdício de alimento!!!

Segunda lição do dia: Molhos.
Aprendemos as fazer molho de tomate e molho branco. Não costumo fazer este último por ser bastante calórico, mas ainda assim não vou esconder os segredinhos que aprendi para prepará-lo. 
Os ingredientes do molho branco são: 1 cebola piquet, 1l de leite, 50g de farinha de trigo para 50g de manteiga, mais sal, pimenta do reino e noz moscada a gosto. Simplificando, a cebola piquet (foto) é uma cebola com cravinhos prendendo uma ou mais folhas de louro. Colocamos no leite para que ela libere sabor enquanto o mesmo ferve. Desligue o fogo e ainda deixe a panela tampada por mais 10 minutinhos. 

Prepare o roux - que é a mistura da manteiga derretida com a farinha de trigo (obs1: fica mais fácil mexer com um fouet / obs2: não deixe muito tempo no fogo para não ficar escura e seu molho ao invés de branco, virar bege). Para terminar o molho, acrescente aos poucos o leite fervido ao roux, sem esquecer de passá-lo numa peneira, assim ele fica bem lisinho. Quando a mistura começar adquirir uma textura mais consistente, tempere. Está pronto!

Ao término da aula, degustamos nossas preparações: Espagueti ao molho branco e Espagueti ao molho rosé (molho branco + de tomate). Por hoje é só! Amanhã conto os desafios da segunda aula.

Uma cozinha de verdade

A paixão pela cozinha e a arte de comer são quase uma característica genética que herdei do meu pai. E minha familiaridade com as panelas já vem de longa data. Mais novinha até tive meus sonhos de abrir meu próprio restaurante, só que acabei me assustando ao ler Cozinha Confidencial, do celebrity chef Anthony Bourdain e desencantei desta carreira.
O hobby de cozinhar, porém, nunca deixou de estar presente. Nestes últimos anos enchi minha prateleira de livros de culinária, surfei várias horas pela internet buscando receitas e referências, observei programas de TV e liguei muito, mas muito mesmo, para o meu pai pedindo as dicas dos seus temperos. Cozinho bem (meu marido que o diga!), mas agora era mais do que hora de me aprimorar e elevar a preparação da comida a um patamar mais alto. Por isso me inscrevi num curso de Iniciação à Culinária, no SENAC.

Nesta one and only semana de curso meu objetivo será aprender às técnicas básicas da gastronomia, cortes, caldos, molhos, temperos e, porque não, descobrir um pouco do dia a dia de uma cozinha profissional. Acompanhem-me, vamos dividir todas as dicas.

16 de outubro de 2008

Trem: de Praga a Viena.

A maneira mais fácil e barata que encontramos de ir de Praga a Viena foi de trem. Não compramos o bilhete pela internet, porque ficaria bem mais caro (via Rail Europe) e também porque li em vários fóruns que não seria problema comprar a passagem apenas 2 ou 3 dias antes da viagem, quando chegasse a Praga. Porém já chegamos lá com nosso itinerário escolhido. Consultamos todos os horários e trajetos de trem no site tcheco Jizdnirady (tranquilize-se, tem versão em inglês), onde você pode escolher o seu itinerário e mandá-lo como lembrete para o seu próprio email. Uma coisa ruim é que não dá para ver o preço.

Ao chegar a Praga foi só ir na estação de trem Holešovice (dá para ir de metro - linha C, vermelha) e mostrar nosso itinerário no guichê. Cada bilhete custou 42 euros, incluindo a taxa de reserva do assento.

A viagem dura mais ou menos 4 horas e é bem tranquila. As cadeiras confortáveis, inclusive na segunda classe, e é proibido fumar na maioria dos vagões. A estação de chegada em Viena é a Wien Südbahnhof, fica a pouco mais de 10 minutos do centro da cidade (taxi - aprox. 13 euros).

GOOD NEWS!
Desde setembro deste ano, a Ceské Dráhy (cia. de trem tcheca) iniciou as vendas de tickets pela internet, através do site eshop.cd.cz. Agora dá para comprar os bilhetes até 60 dias antes da viagem e com tarifas promocionais. Não esqueça de clicar na bandeirinha da Inglaterra no cabeçalho para ver a versão em inglês do site.

10 de outubro de 2008

Na moda com Maria II

Look Camponesa.
Restaurante Suterén, Praga - 30 de setembro



Charles IV bridge, Praga - 2 de outubro

Boulevard Haussman, Paris - 6 de outubro

Sobreposição by Farm, Disneyland Paris
7 de outubro


Às compras na Champs-Elysées, Paris - 8 de outubro

Champs-Elysées, Paris - 9 de outubro

By Morgan no Petit Palais, Paris - 9 de outubro

9 de outubro de 2008

Em Praga: a cozinha além dos DUMPLINGs

Vamos dizer que cozinha não é um dos pontos fortes da República Tcheca. Figuram a lista de seu pratos mais tradicionais: as sopas de cebola e de batata, saboroso, não? Não. Elas são bem ralinhas, tem cara de instantânea (pelo menos a que tomamos).

Também há os dumplings (não, não são aqueles pastéizinhos orientais). Esta espécie de massa esponjosa, sem muito gosto, está para os tchecos assim como o arroz branco para os brasileiros. É o acompanhamento de todos pratos de carne (de porco ou de boi maturada) com caldo: ele absorve o suco e aí sim adquire um "temperinho". Por fim, na sobremesa, os tchecos comem crepes com geléias de frutas. Algo mais bem mais próximo do meu paladar.
Restaurante Tcheco subterrâneo, onde almoçamos com nossa guia.
Até o vinho era da região. Para quem apreciou a descrição acima....


Felizmente, não só de comida tcheca vive Praga. E assim pudemos conferir vários exemplos de ótimos restaurantes que servem os melhores pratos da cozinha internacional por um preço bastante razoável. Mas relaxe, pois o atendimento tcheco não é dos mais eficientes.

Aí vão nossas recomendações:
Suterén Restaurant - Masarykovo nabrezi 26 - tel 420 224 933 657
Fica meio escondido no subsolo de um prédio residencial às margens do rio Vtlava, pertinho da ponte Carlos IV. Com ambiente a meia luz, a rusticidade de suas paredes de tijolinho é contrastada pelo seu mobiliário de linhas modernas e o grande aquário iluminado por neón. Serve comida internacional contemporânea com influência asiática, em grandes porções. Detalhe: havia só uma garçonete para atender todo o lugar.

Entradas gostosas: Queijo de Cabra grelhado sobre salda verde com aceto balsâmico reduzido (foto); Sashimi de atum; Rolinhos primavera com molho Thai e Rolinhos de legumes com molho picante.

Francouzská Restaurace
- Námestí Republicky 5, Staré Mesto
tel 420 222 002 770
O restaurante, que fica no lindo prédio do Municipal House, é todo decorado em estilo art nouveau faz você se sentir num filme do ínicio do século 19. Serve pratos requintados da cozinha européia, em porções realmente individuais. Comida muito gostosa (o restaurante faz o catering presidencial) e lista de vinhos que mais parece um livro. Preços altos para Praga. Se optar por um jantar cedo, posteriormente pode assistir a um concerto numa das salas do Municipal House. Aceita reservas online.

Salão suntuoso do Francouska.

Barock - Parizska, 22, Josefov - tel: 420 222 329 221
Faz parte de um grupo descolado de restaurantes e bares, o Pravda. Oferece comida italiana casual e contemporânea (também dá um toque asiático em seus pratos). Ambiente super charmoso com fotografias de modelos e wanna bes por suas paredes. Funciona também como lounge e bar, ferve à noite. Como sobremesa, peça o Cheesecake (foto).

Cheesecake do Barock.
Para Gustavo e minha avó: "O melhor de todos os tempos
"

Aromi - Mánesova, 78/ 442 - tel: 420 222 713 222
Restaurante italiano que fica numa zona residencial de classe mais alta, onde pouco se vêem turistas. Ainda assim, os garçons falam inglês ou italiano. Recomendável reservar, pois vive cheio nos jantares. Possui ambiente simples com mesas de madeira clara e bem acolhedor com uma lousa no topo da parede indicando os pratos do dia.Entrada imperdível: Involtini de procciutto e parmegiano, que tem uma massinha folhada bem levinha em volta do seu recheio. Aberto diariamente, não fecha entre almoço e jantar.

Dobrou chut'!
(bom apetite, em tcheco - fonética: dabreu rút)

Fonte: Wallpaper City Guide - Prague.

1 de outubro de 2008

Explorando Praga, na República Tcheca

Uma ótima idéia que tivemos foi contratar uma guia particular para nos mostrar Praga. Os city tours oferecidos pelo hotel eram extremamente caros, principalmente, porque éramos em 6 pessoas. Aí, lembrei que junto com o email de confirmação do transfer do aeroporto, havia a recomendação de uma guia que falava inglês. Não tive nem dúvida e escrevi logo para Eva Trkalova. Infelizmente ou felizmente, ela estava ocupada e nos recomendou uma segunda pessoa, a Dana Chaloupka. Combinamos tudo por email e, pontualmente, às 11h da manhã do dia seguinte ela estava no lobby do hotel com uma van a nossa disposição. E assim começou nosso tour por Praga...

A Praga turística e central pode ser dividida em 5 regiões: Nové Mesto, a cidade nova; Staremestská, cidade velha; Josefov, o pequeno guetho Judeu; Hradrcany, o castelo de Praga; e Malá Strana.
Começamos pela Wenceslau Square (Václavské námesti), que é o ponto central da Nové Mesto, pertinho do nosso hotel. Esta praça retangular possui numa de suas extremidades o Museu Nacional (Národni Muzeum) – que abriga peças de história, arte, zoologia e paleontologia; em seu centro está uma grande estátua em homenagem ao rei Venceslau; e ao redor há um boulevard super comercial. Um dos prédios de destaque da praça é o Hotel Europa, uma construção amarela no estilo art noveau, cujo interior é semelhante ao do navio Titanic (ambos foram ambientados pelo mesmo arquiteto). A praça já foi palco de diversas manifestações políticas do povo tcheco: como a Primavera de Praga, em 1969, quando um estudante se suicidou em protesto à invasão russa, e em 89, recebeu as comemorações da liberação da República Tcheca do regime comunista.

Nossa segunda parada foi o Castelo de Praga (Hradcany),

Em frente ao portão do 3º pátio, onde acontece a troca da guarda.

onde às 12h assistimos à troca da guarda no "terceiro" pátio do prédio – uma cerimônia que dura menos de 10 minutos.
A caminho da troca.

Depois nós (e todos os outros espectadores) nos dirigimos para a entrada da Catedral, que fica
dentro do complexo do Castelo.

A primeira parte da igreja foi construída no século 14 (a parte do fundo) e depois de 500 anos intacta, iniciou-se a construção de sua segunda parte, terminando no final do século 19. Inclusive na frente da igreja, logo abaixo do vitral central, podemos ver figuras de arquitetos de casaca e cartola esculpidos na parede, comprovando o momento histórico de sua conclusão. Dentro da igreja observamos vitrais com motivos religiosos e também da vida cotidiana, como um do grande expoente tcheco da art noveau, Alfons Mucha (pronuncia-se Muurra), cuja característica marcante são os rostos das mulheres com traços bem finos.

Fazendo a visita no sentido horário, também vemos um quadro de madeira mostrando como era a Praga medieval, o túmulo todo de prata de João Nepomuceno, que foi morto ao ser jogado da ponte Carlos IV no rio Vatlava, e uma pequena capela, cuja parede é toda revestida de ouro, pedras preciosas e semi-preciosas. Dentro dela, há uma porta que guarda, literalmente, a 7 chaves os tesouros da coroa de Praga. Por medida de segurança, cada uma das chaves fica com uma pessoa diferente. E elas só se encontram em lugar e data designados para reabertura da porta (a última vez demorou 6 horas para os 7 chegarem). A exposição das peças para o povo é um acontecimento raríssimo, no século passado, por exemplo, isso aconteceu apenas 9 vezes.

Tínhamos muito mais para conhecer pelo castelo que vale um dia inteiro de visita. Porém precisávamos seguir para o momento mais esperado da viagem pela minha avó: o “encontro” com o Menino Jesus de Praga, na Igreja de Nossa Senhora da Glória, em Mála Strana.
Nave central Igreja Nossa Senhora da Glória.
O menino Jesus de Praga fica ao lado direito.

Às 15h estávamos na praça central da cidade velha para ver o espetáculo do Relógio Astronômico, que acontece diariamente de hora em hora (de 9 às 18h) há 600 anos. As duas janelinhas do relógio abrem e vemos bonequinhos dos apóstolos passeando e os 4 personagens dourados (que estão atrás da gente na foto - a vaidade, a usura, a morte e a infidelidade) mexem as cabeças.

Depois do almoço, reiniciamos o tour, agora apenas caminhando, pelo Josefov.
Josefov: estátua em homenagem ao polêmico escritor judeu,
Franz Kafka.


Por problemas sanitários no século 19, o guetto foi totalmente destruído dando espaço a lindos prédios art nouveau, pois o governo queria que este novo bairro fosse o centro da cultura burguesa em desenvolvimento.
Arquitetura art nouveau na rua Parizska, em Josefov

Aí se encontra o maior museu judeu fora de Jerusalém, que, na verdade, não é um único prédio, mas sim toda a área constituída por 6 Sinagogas com seus tesouros e o velho cemitério judeu. Para visita é necessário comprar um ingresso válido para todas as Sinagogas, exceto a Sinagoga Nova Velha, que é um bilhete separado (200 coroas). Esta última é tão especial porque foi erguida por volta de 1270 e é considerada a mais antiga Sinagoga da Europa em funcionamento.

Foi a única que acabamos visitando. É pequeninha, composta de apenas uma sala de cerimônia. O legal é que, logo na porta, há umas senhorinhas que falam vários idiomas diferentes, funcionárias do local, que dão explicações caso você tenha alguma dúvida sobre a construção.

Old-New Synagogue, fachada e interior.

Rua Parizska, que recebeu o nome em homenagem a Paris.
Só tem lojas de grifes famosas e restaurantes badalados.

Nos aproximando das margens do rio, chegamos à praça Jana Palacha. Na sua frente está o lindo prédio do Rudolfium, teatro que é sede da Orquestra Sinfônica de Praga. Inclusive, um ótimo programa para às noites de Praga é assistir ir até aí aasistir a um concerto como o de cordas que ouvimos no dia anterior (28 a 45 euros).

Atravessamos o rio para a Mala Strana e caminhamos pelas região que em agosto 2002 foi totalmente inundada, com construções que ainda mostram as marcas das águas, Museu Frans Kafka com uma mostra bastante interativa. Em frente a sua entrada, encontra-se uma estátua um tanto incomum: uma fonte com o perfil de dois homens nus que se movimentam e jorram água levantando o que você está pensando. Nesta região de Mala Strana, há vários Bed&Breakfast charmosinhos e exclusivos, quase às margens do rio.

Retornamos à cidade antiga por um outro marco da cidade: a Ponte Carlos IV.

Na frente de uma das torres que dão entrada a ponte Carlos IV

A ponte foi construída no século 13 durante o reino do soberano de mesmo nome. E apenas no século 18 ganhou suas esculturas barrocas, com imagens de santos, como João Nepomuceno (identificado pela sua coroa de 5 estrelas douradas) e do único Jesus na Cruz no mundo com inscrições em hebraico: “Santo, Santo, Santo é o Senhor.”

Ponte Carlos IV: estátuas barrocas ao por do sol

Vista do Castelo de Praga a partir da ponte Carlos IV

A ponte "desemboca" na rua Karlova, cujo nome também é uma homenagem ao rei Carlos IV. Nesta rua circulam apenas pedestres e podem ser encontrados os mais diversos tipos de souvenirs da cidade: miniaturas, cristais, camisetas, etc.

Aí também está localizado o TA FANTASTIKA, um Black Light Theatre, onde assistimos ao espetáculo Aspects of Alice.

A recomendação veio da nossa guia, que explicou que este gênero dramático é muito popular entre o tchecos: não há diálogos e toda interpretação é feita através dos movimentos do corpo, jogos de luz, músicas, imagens e filmes. Um programa bastante interessante para antes do jantar. As sessões duram 1h30, com pequeno intervalo, às 19h ou às 21h. Ingressos: 350 a 680 coroas. Importante: escolha seu lugar entre as fileiras 5 a 10! Neste tipo de teatro não é bom ficar muito perto do palco.

Praga é uma daqueles lugares que valem muito a pena de conhecer e de, quem sabe, voltar. É uma cidade super aconchegante com povo relativamente amistoso. Se não quiser fazer nenhum tour específico, perca-se pelas ruas de seu centro, observe os prédios, não há como não se deslumbrar.

Dana Chaloupka
celular: +420 608 819 270
website: http://sweb.cz/travelcz
Ótima guia com bastante conhecimento histórico e político.
Oferece entre outros serviços tours privativos em inglês. Muito agradável e simpática. Não hesitou em responder nenhuma das nossas milhares de questões, inclusive, quanto perguntamos sobre a era comunista e as diferenças em relação a hoje. Dana finalmente se sente livre e a cada dia conhece um pouco mais da história de seu povo que por anos foi escondida.